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sábado, 31 de maio de 2014

Como Fazer Outsourcing

Nem todas as empresas lançam mão de grandes quantias para investir em áreas específicas dentro do seu negócio e, por este motivo, acabam buscando o outsourcing como solução - principalmente em startups, em que o budget é sempre restrito. Basicamente isso significa contratar uma empresa especializada em determinado assunto e transferir a ela a responsabilidade sobre o mesmo, dentro da empresa. Esta pode ser uma ótima solução. No entanto, cuidados são necessários. Entenda melhor:

Core business e o outsourcing

Qual o seu negócio? O que sua empresa resolve? Qual a sua atividade-fim? Estas perguntas são cruciais e devem estar presentes a todo momento em qualquer corporação. Isso porque muitos empresários possuem uma forte tendência à centralização de tarefas e atividades e em muitos casos acabam desfocando do seu negócio ao tentar suprir determinada necessidade interna alheia à sua atividade principal.
Por outro lado existem empresários que veem no outsourcing uma oportunidade tão fantástica de terceirizar demandas e acabam perdendo controle sobre aquilo que é o seu core business. Por estas e outras vale esclarecer que o outsourcing é a solução ideal para o suprimento de demandas relacionadas às atividades secundárias de uma empresa e nunca de sua atividade principal.

5 dicas infalíveis para escolher o parceiro certo de outsourcing

Após decidir-se pelo outsourcing, a empresa deve dedicar tempo para selecionar o parceiro ideal. Alguns pontos são cruciais para esta decisão. Vamos destacar aqui 5 deles:

1.       Diagnóstico da demanda

O primeiro passo de todos é entender qual a real demanda presente na empresa. Pontuar cada necessidade e expectativa. É a partir deste levantamento inicial que se dará inicio ao processo de escolha do parceiro ideal. Eliminado assim aqueles que não estão aptos a atender tal demanda.

2.       Lista de clientes

Nada melhor do que saber quais empresas compõem a carteira de clientes daquele fornecedor. Observe o porte, segmento, localização e tempo de parceria das mesmas. Portanto, esta é uma das principais dicas a ser levada em consideração durante o processo seletivo.

3.       Casos de sucesso.

Tão importante quanto saber quais os clientes da empresa é conhecer casos de sucesso da mesma. Para tanto, vale à pena solicitar aos mesmos que agendem um contato direto com clientes ativos para que possa ouvir diretamente deles a real percepção, críticas e elogios, em relação ao candidato.

4.       Normas e certificados

Saber que o fornecedor é profundo conhecedor e cumpridor das normas pertinentes ao seu negócio é fundamental. Afinal, ele estará diretamente envolvido com a sua empresa. Além disso, procure saber se possui algum certificado de qualidade em processos.

5.       Cláusulas contratuais

Em muitos casos por se tratar de um modelo de parceria um tanto quanto intangível, fornecedores utilizam de má fé e colocam nas entrelinhas algumas cláusulas e condições que protegem somente a eles e, muitas vezes, podem deixar o cliente em uma péssima situação.
São muitos os casos que acabaram em processos judiciais. A maioria deles relativos à entrega do que fora contratado, portanto, é necessário especificar da forma mais clara possível o que está sendo contratado e como deverá ser entregue.

O outsourcing é uma incrível solução principalmente para pequenas e médias empresas. No entanto, vale ressaltar a necessidade de uma avaliação profunda e detalhada das demandas a serem repassadas de modo a evitar contratempos futuros. Afinal, o outsourcing deve ser um reforço não só para a redução de custos, mas também para garantir a excelência no cumprimento de atividades secundárias.

E você, já aplica o outrsourcing em sua startup? Compartilhe sua experiência através dos comentários!
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quinta-feira, 15 de maio de 2014

Manifesto 2014 do Movimento Empreenda: O empreendedor brasileiro é um herói!

A Anjos do Brasil se sente honrada em participar do Movimento Empreenda! Conheça o incrível manifesto de 2014.

O empreendedor brasileiro é um herói.

É alguém movido por um ideal, disposto a enfrentar os inúmeros obstáculos que lhe põem no caminho, para cumprir a missão a que se propôs.

Mas não deveria ser assim.

Melhor do que contar com o surgimento de heróis é ter um ambiente que favoreça a inovação. Em que a vontade de criar e prosperar seja encarada não como ousadia, mas como uma escolha normal, de cidadãos comuns. Todo ser humano tem vontade de realizar coisas. É o ambiente que pode canalizar essas vontades para a criação de riqueza e bem-estar.

Os empreendedores proliferam quando a burocracia é contida, quando os investimentos são incentivados, quando os fracassos são encarados como aprendizado, não como malfeitos.

Não existe nação rica sem empreendedores. Mas jamais haverá suficientes empreendedores se não criarmos uma mentalidade de incentivo ao risco, tolerância ao erro, simplicidade de regras e apoio à busca do conhecimento.

O mito do empreendedor que se faz sozinho é apenas isso: um mito.

Somos nós – a sociedade como um todo – que construímos os empreendedores.

Façamos isso.

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O Movimento Empreenda chega ao terceiro ano. Prepare-se para um novo ciclo de reportagens, eventos com empreendedores, a 2ª edição do Encontre Um Anjo, o prêmio Empreendedor de Sucessoferramentas de gestãovídeos e muito mais.
Leia. Acesse. Inspire-se. Apoie. E empreenda.

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terça-feira, 15 de abril de 2014

8 dicas para conhecer as pessoas certas nos meetups

Os meetups são eventos excelentes para aumentar a network e conhecer as pessoas certas para alavancar sua startup. Mentores, investidores, empreendedores experientes, profissionais que podem ser potenciais colaboradores e até mesmo futuros sócios podem estar presentes em um evento do tipo. Para conhecer as pessoas certas nestas ocasiões é preciso uma estratégia. Confira as dicas.

Pesquise

Antes mesmo do dia do evento, use o poder da internet para pesquisar sobre as pessoas que gostaria de conhecer no encontro. Leia sobre a trajetória profissional, últimas conquistas e até mesmo hobbies. Grave a aparência delas. Esta é a melhor forma de saber exatamente quem abordar e o que conversar com a pessoa em questão.

Antecipe a aproximação

Leu no programa do meetup que um potencial investidor estará presente? Você pode antecipar o approach entrando em contato via redes sociais, como o LinkedIn, por exemplo. Assim, ao encontrar a pessoa no meetup ela já terá ideia de quem você é e o que sua empresa faz, o que facilita bastante a aproximação.

Aposte no recurso ‘amigo dos amigos’

Uma das melhores formas de conhecer as pessoas certas em meetups é, já no início, identificar participantes que você conhece e avaliar se eles podem apresentar você a alguém interessante. Quando um conhecido faz as apresentações a conversa costuma durar mais e fluir melhor. Não despreze o grande poder do network!

Seja sucinto

Não seja verborrágico. Apresente o que faz e o que busca em poucas frases e em no máximo 2 minutos. Lembre-se que as pessoas presentes no meetup não querem se engajar em longas conversas e sim terem uma ideia inicial do seu negócio e do que você tem a oferecer. Deixe as apresentações mais elaboradas para encontros futuros.

Observe

Os meetups, por serem encontros informais em que as pessoas conversam em pé e circulam, são ocasiões perfeitas para observar e escutar conversas sem ser percebido. Esta é uma forma interessante de identificar exatamente quais são as pessoas certas para você se aproximar e até mesmo ter uma ideia do que falar.

Tenha iniciativa e desenvoltura

O principal objetivo dos meetups é fazer com que as pessoas se conheçam para eventualmente terem uma oportunidade de negócios. Por isso, nestes eventos é perfeitamente normal você se aproximar de um desconhecido e se apresentar. É o lugar certo para isto e ninguém achará estranho - portanto, tenha iniciativa e desenvoltura para iniciar conversas e encontrar pessoas interessadas no seu projeto.

Faça uma apresentação objetiva

Ao fazer sua apresentação, seja bem objetivo mostrando o que você faz, qual seu diferencial, os resultados que já obteve e o que procura. Tudo isto em 2 ou 3 minutos, para manter o interesse das pessoas. Por isso, pratique antes sua apresentação para conseguir transmitir seu conteúdo de forma sucinta e focadas nos pontos essenciais do seu negócio.

Saiba escutar

Além de falar, para se aproximar das pessoas certas, é preciso saber escutar. Formule perguntas que gostaria de fazer para um investidor, por exemplo, e busque saber um pouco mais sobre os principais interesses da pessoa.

O primeiro passo para ter sucesso é um meetup é se mostrar disponível. Esteja aberto a novas ideias e com disponibilidade para conhecer pessoas novas. Prepare seus cartões de visita e boa sorte!
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terça-feira, 8 de abril de 2014

Conheça as métricas que encherão os olhos dos investidores (e as que assustam!)

Quando uma startup sai em busca de investimento leva consigo uma série de números com a intenção de impressionar os investidores. Tamanho de mercado, número de usuários, projeções de faturamento e tantas outras métricas que, espera-se, encherão os olhos dos investidores.
Mas ao marcar uma apresentação é fundamental saber o que é importante mostrar para um investidor, de modo a manter sua atenção no projeto. Apresentar as métricas corretas pode ser a diferença entre uma próxima reunião e um “até logo”. Para ajudá-lo nessa missão, abaixo listamos as métricas importantes e aquelas que não servem para os investidores. Por fim, um bônus: métricas que assustam qualquer investidor. Acompanhe:

Métricas que atraem investidores

Não é difícil encontrar as métricas que enchem os olhos dos investidores. Em geral serão aquelas que mostram o quão viável é o modelo de negócios criado pela startup. Tenha isso em mente ao criar suas apresentações e dificilmente as coisas darão errado.
Ainda assim é importante conhecer o mais básico: todo empreendedor precisa saber calcular o custo de aquisição de cada usuário (CAC) e estimar o “valor” do cliente durante o tempo de vida dele dentro do seu serviço (LTV). Sempre que a razão entre CAC e LTV for favorável para esse último é um bom indício de que a startup tem algum futuro. Do contrário, antes de procurar um investidor, revise seu modelo de negócios.
Aliado a esses números, em um estágio mais avançado, estarão os números de tração do seu negócio. É claro que startups iniciantes terão pouco para mostrar; já aquelas que conseguiram os primeiros clientes precisam contar quanto tempo demoraram para crescer. Apresentar o número de clientes conquistados num gráfico de tempo pode ser o melhor argumento que você terá para convencer um investidor.

Métricas que não importam para investidores

Há uma tendência entre os empreendedores de querer mostrar o quão capazes eles são em atrair seguidores para o Twitter e Facebook. Ainda que isso não seja algo negativo, não é uma informação relevante para um investidor. Com um número cada vez maior de ferramentas para a compra de likes, essa não é uma métrica que definirá o futuro da sua startup.
Assim, não perca tempo reunindo dados sobre likes, seguidores, pageviews ou a opinião de seus pais sobre o negócio. Foque em métricas sérias, aquelas que serão capazes de transformar sua startup num negócio escalável.

Métricas que assustam

Por último, há algumas métricas que assustam (e podem afugentar) qualquer investidor, principalmente entre startups com algum tempo de mercado. Dívidas trabalhistas, problemas jurídicos e qualquer outro tipo de passivo que não pode ser escondido e que não podem ser sanados com o investimento farão o investidor repensar sobre o risco que ele estará exposto.
Apesar desse artigo não ser uma receita sobre como suas métricas devem ser apresentadas, esperamos ter mostrado quais são as mais importantes e que precisam estar em toda apresentação. Também lembre-se de ignorar aquelas que não impactarão o seu modelo de negócios e nem transformar sua startup de sucesso.
Agora que você conhece as métricas ideais para atrair investidores, que tal colocá-las em prática? Mas antes disso, deixe seu comentário! Queremos saber sua opinião também.
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sexta-feira, 14 de março de 2014

Como as Venture Capitals e Start-ups brasileiras escolhem se ‘casarem’?

Por Marcos Barcellos

Os processos decisórios de investidores em busca de empresas de alto impacto e, dos sócios de startups em busca de investidores que possam potencializar seus negócios possuem princípios muitos similares. Na essência, o (bom) relacionamento entre ambos é o fator principal para escolha na formação de uma sociedade entre empreendedores e investidores, no ambiente institucional brasileiro.

Até aqui, para a maioria das pessoas envolvidas no ecossistema empreendedor, não há grandes surpresas. Também, se considerarmos o fato de que as partes pretendem iniciar uma sociedade, que tem como base um relacionamento de longo prazo, é salutar imaginar que se o “namoro” não vai bem, melhor não selar o relacionamento.

Talvez o que mais tenha chamado a minha atenção ao pesquisar sobre o assunto é a sistemática desenvolvida por ambos, investidores (Venture Capitals) e investidos (start-ups) ao longo do desenvolvimento dos seus deals. Na pesquisa que conduzi, ao longo do segundo semestre de 2013, entrevistei quatro gestores de VCs e nove sócios de start-ups, num total de nove ‘matchings’, ou seja, negócios que acabaram em ‘casamento’ entre as partes. Com a pesquisa, foi possível entender o processo decisório de ambos, investidores e investidos, ainda que estes últimos tenham um processo menos estruturado que os primeiros.

As VCs realizam análises em profundidade sobre: o mercado, o modelo de negócio, os riscos, e, principalmente, o perfil do empreendedor por trás do negócio. No Brasil, houve uma “tropicalização” deste processo, conforme mencionado por alguns dos gestores entrevistados. É possível perceber maior intensidade no desenvolvimento do relacionamento interpessoal e, posteriormente, do envolvimento com a gestão. Essa tropicalização é característica presente em outros países emergentes como: Rússia, China e Coréia do Sul. Parte da explicação está na falta de instituições que apoiem o desenvolvimento de um ambiente estável e favorável ao empreendedorismo. A sistemática de análise pode ser lida e entendida também para ser aplicada pelo investidor Anjo.

O empreendedor, por sua vez, se apoia na experiência do investidor. Assim, por parte do empreendedor de alto impacto brasileiro, há expectativas de intervenção maior no seu negócio. Ou seja, o empreendedor espera que o investidor tenha participação muito próxima à gestão, por meio do aporte intelectual, da criação de contatos estratégicos, troca de experiência em negócios e em alguma medida na administração. É o Smart money intensificado pelas dificuldades de se empreender no Brasil. Pode-se aplicar a mesma expectativa dos empreendedores quando em busca de capital Anjo, uma peça estratégica ao negócio.

Conclusão: entender como estabelecer um relacionamento construtivo e alinhar as expectativas deve estar na pauta principal de quem busca um investidor ou quem pretende investir num negócio de alto impacto no Brasil. Para mais detalhes acessem a minha pesquisa: “Investidor e Investido: o processo decisório no matching entre Venture Capitals e Start-ups no Brasil.

Bons Negócios!

Marcos Barcellos é mestre em Administração de empresas pela FGV-EAESP e bacharel em economia. Hoje, atua como investidor Anjo, Empreendedor e Coordenador de Projetos do FGVCenn (Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV).


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quinta-feira, 6 de março de 2014

Projeto de Lei Cria Incentivo para Investidores Anjo

É com prazer que compartilhamos a notícia que foi submetido por meio do Projeto de Lei do Senado nº 54/2014 proposto pelo Senador Agripino Maia para que sejam deduzidos da base de cálculo do Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas (IRPF) parcela dos valores investidos na integralização de capital social em sociedades empresárias Startups.

O projeto propõe a dedução de 20% do valor integralizado limitado a 80 mil reais por ano-calendário, sendo assim aplicável para investimentos totais por investidor de até R$ 400 mil / ano, que está dentro da atividade de investimento anjo, conforme apontou a pesquisa realizada pela Anjos do Brasil em Julho de 2013, na qual cada investidor tem em média a previsão de investir aproximadamente 200 mil reais por ano.

Sabemos que existem muitos desafios para que o investimento anjo se consolide no Brasil como nos países mais desenvolvidos e esta iniciativa é fundamental para que tenhamos os estímulos necessários para que mais investidores passem a aplicar seus recursos não só financeiros, mas também de conhecimento e experiência para aumentar as chances de sucesso das Startups" explica Cassio Spina, presidente e fundador da Anjos do Brasil.

Este projeto segue a linha de incentivos já concedidos em diversos países como nos EUA, Inglaterra, França entre outros e serve para estimular também o crescimento do investimento anjo. Sendo que este, tem um papel fundamental no financiamento das empresas nascentes - as Startups - conforme conclusão da pesquisa elaborada pela OCDE sobre investimento anjo em mais de 30 países.

Cassio ainda complementa que “É importante destacar que esta dedução se reverterá em aumento da arrecadação, até antes mesmo de o abatimento ser concedido, pois o capital investido na startup irá imediatamente gerar impostos e contribuições sobre as aquisições de produtos/serviços e contratações de funcionários que startup irá efetivar com o mesmo".

A íntegra do projeto, incluindo sua justificativa pode ser acessada aqui e a notícia publicada pela Agência Senado. 

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Os desafios do investimento anjo no Brasil

Por Marcos Hashimoto

O empreendedor sempre precisa contar com algum tipo de ajuda, nem sempre financeira, para começar e fazer o seu negócio acontecer nos primeiros meses de vida, os mais difíceis e instáveis. Muitos ‘anjos’ surgem para ajudá-lo, os primeiros, claro, são os pais, amigos e parentes próximos. Parceiros e entidades também ajudam bastante, muitos contribuem de diversas formas a troco de nada, apenas pelo prazer de ajudar ou o desejo de contribuir com o surgimento de um negócio no qual acreditam ou pelo simples fato de que este novo negócio pode ajudá-lo direta ou indiretamente, pelo próprio desenvolvimento econômico da comunidade.
Os investidores, por outro lado, tem interesses puramente financeiros, querem ganhar dinheiro. Aplicar capital em uma empresa nascente é um investimento de altíssimo risco e, para compensar este risco, o investidor espera altos ganhos. Para conseguir este tipo de investimento, o empreendedor precisa demonstrar a viabilidade do negócio e sua estratégia para minimizar o risco o quanto puder e são estas justificativas e argumentos que devem dar credibilidade ao negócio para atrair a atenção de um potencial investidor.
Mas existe uma categoria de investidor que pode ser anjo também e ter interesses financeiros. São os investidores. Por serem investidores, esperam altos retornos sobre o capital aplicado no negócio e assumem os riscos inerentes a estes negócios nascentes, mas também procuram contribuir para ajudar o negócio a ser bem sucedido, por meio de conselhos, contatos, apoio, conhecimento e recursos.
Segundo a Startup Ecosystem Report, a cidade de São Paulo representa o Brasil ocupando 13º lugar no ranking mundial de ecossistemas empreendedores. Um ecossistema empreendedor é um conjunto de condições existentes no ambiente que, juntos, favorecem e estimulam a atividade empreendedora de uma dada comunidade ou localidade. Fazem parte deste ambiente a possibilidade de acesso a linhas de crédito e capital de risco, educação e formação em empreendedorismo, geração de inovação, políticas públicas, infraestrutura e sistemas de apoio e suporte, ambiente econômico e cultura favorável à atividade empreendedora. O ecossistema que lidera o ranking é o Vale do Silício, na região de São Francisco na Califórnia.
A situação econômica favorável no Brasil vem atraindo mais fundos de capital de risco que fogem de economias paralisadas como a europeia, em busca de ganhos maiores, sobretudo entre os países de economia emergente. Além disso, as taxas de juros em queda no Brasil sinalizam o investimento de risco como uma alternativa viável de altos ganhos. Estes e outros fatores refletem no crescimento rápido dos investidores anjos no Brasil. Cassio Spina, da Anjos do Brasil, estima que existam mais de 6.300 investidores anjos aqui, com potencial de investimento de mais de R$ 500 milhões. Ainda é pouco comparado com os mais de US$ 20 bilhões dos 319 mil investidores anjos americanos, mas é significativo ao considerarmos o pouco tempo de divulgação do conceito de investimento anjo no Brasil.
Infelizmente, segundo Spina, os desafios para sedimentar este tipo de investimento ainda são muitos. A falta de conhecimento, tanto de empreendedores como investidores, sobre a relação legal que rege estes investimentos, ainda é muito alta. Muitas pessoas com patrimônio pessoal acima de R$ 1 milhão (mais de 160 mil pessoas no país) ainda não consideram este tipo de investimento, sobretudo por aversão ao risco, alta tributação e a complexidade burocrática por trás dos processos.
Existe muito capital disponível e o capital anjo, também chamado de capital semente, está crescendo. Ainda assim, os investidores não estão investindo. Uma parte deste fenômeno é o excesso de zelo e cautela do investidor anjo. Embora seja chamado de investimento de risco, risco é tudo que estes investidores não querem assumir. Esta incoerência aparente se deve à falta de maturidade do investidor em entender o significado do ‘assumir riscos’ ao avaliar uma oportunidade. Outra parte deste fenômeno é a falta de preparo do empreendedor, que não sabe se apresentar, não sabe negociar, não sabe demonstrar a competência para gerir o negócio ou simplesmente não tem perfil empreendedor. Quando o investidor não sente firmeza no empreendedor, ele prefere não prosseguir com a negociação, por melhor que seja sua ideia de negócio.
Estes problemas, contudo, são comuns em qualquer lugar que esteja estabelecendo uma nova cultura e definindo novos paradigmas. Talvez seja necessário passar toda uma geração para que as relações dentro do ecossistema entre investidores, empreendedores, órgãos de fomento, governo e entidades de apoio evoluam para chegar ao ponto de não haver restrições para o investidor anjo, empreendedores que falam a mesma língua do investidor e políticas públicas que incentivem o surgimento de novos negócios de alto impacto.  A sociedade como um todo será beneficiada com o desenvolvimento econômico que estas empresas gerarão, na forma de renda e emprego. Tenhamos paciência e continuemos trabalhando firmes para pavimentar este caminho, pedra por pedra.

Marcos Hashimoto é coordenador do Centro de Empreendedorismo e Professor da FAAP, Doutor em Administração pela FGV, Autor de livros, Consultor e Palestrante.
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