Por Cassio A. Spina*
(este artigo faz parte do meu novo livro “Dicas e Segredos para
Empreendedores”
vide mais em http://www.amazon.com.br/dp/B00G1SA9II )
Se
levarmos em consideração que as estatísticas de sucesso de investimento anjo e
VCs são inferiores a 50%, o titulo correto deste artigo deveria ser "Os
Investidores na Maioria das Vezes Não Tem Razão", mas como hoje eu também
sou um investidor, preferi amenizar para dar algum crédito para nós, mas vamos
falar do que interessa: por que estou fazendo esta provocação “contra nós”?
Pois percebo que muitos empreendedores ficam frustrados quando recebem um “não”
do investidor, o que não deixa de ser natural,
mas alguns chegam até a desistir
do negocio logo nos primeiros nãos que recebem. Por isto eu ressalvo quando
recuso uma oportunidade de investimento que minha decisão não significa que o
negocio não é bom; apenas que não se enquadra em meus objetivos.
O que me inspirou a escrever este artigo foi uma ótima conversa que tive
com o empreendedor Juliano Primavesi, fundador e CEO da KingHost, uma bem
sucedida empresa de hospedagem e serviços de Internet de Porto Alegre, fundada
em 2006, com atualmente mais de 60.000 clientes e 260.000 sites hospedados,
sendo uma das lideres deste mercado. Observando que pela minha ótica atual de
investidor, minha primeira avaliação é que se trata de um serviço
commoditizado, isto é, que a competição é puramente por preço, fiquei muito
curioso como ele conseguiu crescer tanto em tão pouco tempo e ter um negócio
rentável. É claro que a resposta óbvia é “pela sua competência”, mas empreendedores
também não fazem milagres e ao longo da conversa percebi que a minha ideia preconcebida
não era uma verdade absoluta: haviam muitas oportunidades de agregar valor ao
serviço ofertado, especialmente pelo atendimento ao cliente.
Enfim, este é um caso típico que os investidores anjo e VCs recusam de
imediato (com eu já fiz anteriormente), mas que mesmo assim pode ser um bom
negocio para o empreendedor, se ele conseguir criar uma diferenciação, assim,
não desista ao ouvir os primeiros nãos; lembre-se que pelo grau de risco que estes
investidores tomam, o potencial de retorno precisa ser muito superior a media,
mesmo de bons negócios. Apenas para ilustrar melhor este ponto, enquanto que um
retorno de 20% a 30% ao ano sobre o patrimônio está muito bom para
empreendedores e investidores de negócios tradicionais, quando falamos de
investimento em startups, ou seja, negócios com alto grau de inovação, aonde a
incerteza impera, para compensar o maior nível de risco, é necessário que se
tenha potencial de ROI entre 40% a 50% a.a., daí a necessidade de
diferenciação. Concluindo, ao procurar um investidor, veja se o
interesse/perfil dele se adequa ao seu tipo de negócio, pois o não dele na
maior parte das vezes significa que não é o que ele procura, mas não que seu
negócio deixe de ser um bom.
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Interessante o ponto de vista.
ResponderExcluirMe permita comentar que o foco em empresas nascentes, as "startups" tira a oportunidade de empresas que, mesmo já há tempos no mercado, poderiam crescer muito se tivessem investimentos do tipo ANJO.
ResponderExcluirSua colocação é apropriada sob a ótica do perfil do investidor, mas, pode se considerar a empresa não nascente como um perfil pouco explorado.
Muito bom o artigo, eu diria que grande parte do problema é que muitos e nos empreendedores não temos uma visão clara do modelo de negócio, desse modo muitos projetos vão pros anjos sem o amadurecimento necessário e com isso os anjos tem muito trabalho pra avaliar e bons projetos não são analisados como deveriam.
ResponderExcluirOutra parte do problema é que alguns anjos querem garantias demais para minimizar os riscos.
O risco faz parte do jogo, audaces fortuna juvat