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sexta-feira, 14 de março de 2014

Como as Venture Capitals e Start-ups brasileiras escolhem se ‘casarem’?

Por Marcos Barcellos

Os processos decisórios de investidores em busca de empresas de alto impacto e, dos sócios de startups em busca de investidores que possam potencializar seus negócios possuem princípios muitos similares. Na essência, o (bom) relacionamento entre ambos é o fator principal para escolha na formação de uma sociedade entre empreendedores e investidores, no ambiente institucional brasileiro.

Até aqui, para a maioria das pessoas envolvidas no ecossistema empreendedor, não há grandes surpresas. Também, se considerarmos o fato de que as partes pretendem iniciar uma sociedade, que tem como base um relacionamento de longo prazo, é salutar imaginar que se o “namoro” não vai bem, melhor não selar o relacionamento.

Talvez o que mais tenha chamado a minha atenção ao pesquisar sobre o assunto é a sistemática desenvolvida por ambos, investidores (Venture Capitals) e investidos (start-ups) ao longo do desenvolvimento dos seus deals. Na pesquisa que conduzi, ao longo do segundo semestre de 2013, entrevistei quatro gestores de VCs e nove sócios de start-ups, num total de nove ‘matchings’, ou seja, negócios que acabaram em ‘casamento’ entre as partes. Com a pesquisa, foi possível entender o processo decisório de ambos, investidores e investidos, ainda que estes últimos tenham um processo menos estruturado que os primeiros.

As VCs realizam análises em profundidade sobre: o mercado, o modelo de negócio, os riscos, e, principalmente, o perfil do empreendedor por trás do negócio. No Brasil, houve uma “tropicalização” deste processo, conforme mencionado por alguns dos gestores entrevistados. É possível perceber maior intensidade no desenvolvimento do relacionamento interpessoal e, posteriormente, do envolvimento com a gestão. Essa tropicalização é característica presente em outros países emergentes como: Rússia, China e Coréia do Sul. Parte da explicação está na falta de instituições que apoiem o desenvolvimento de um ambiente estável e favorável ao empreendedorismo. A sistemática de análise pode ser lida e entendida também para ser aplicada pelo investidor Anjo.

O empreendedor, por sua vez, se apoia na experiência do investidor. Assim, por parte do empreendedor de alto impacto brasileiro, há expectativas de intervenção maior no seu negócio. Ou seja, o empreendedor espera que o investidor tenha participação muito próxima à gestão, por meio do aporte intelectual, da criação de contatos estratégicos, troca de experiência em negócios e em alguma medida na administração. É o Smart money intensificado pelas dificuldades de se empreender no Brasil. Pode-se aplicar a mesma expectativa dos empreendedores quando em busca de capital Anjo, uma peça estratégica ao negócio.

Conclusão: entender como estabelecer um relacionamento construtivo e alinhar as expectativas deve estar na pauta principal de quem busca um investidor ou quem pretende investir num negócio de alto impacto no Brasil. Para mais detalhes acessem a minha pesquisa: “Investidor e Investido: o processo decisório no matching entre Venture Capitals e Start-ups no Brasil.

Bons Negócios!

Marcos Barcellos é mestre em Administração de empresas pela FGV-EAESP e bacharel em economia. Hoje, atua como investidor Anjo, Empreendedor e Coordenador de Projetos do FGVCenn (Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da FGV).


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quinta-feira, 6 de março de 2014

Projeto de Lei Cria Incentivo para Investidores Anjo

É com prazer que compartilhamos a notícia que foi submetido por meio do Projeto de Lei do Senado nº 54/2014 proposto pelo Senador Agripino Maia para que sejam deduzidos da base de cálculo do Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas (IRPF) parcela dos valores investidos na integralização de capital social em sociedades empresárias Startups.

O projeto propõe a dedução de 20% do valor integralizado limitado a 80 mil reais por ano-calendário, sendo assim aplicável para investimentos totais por investidor de até R$ 400 mil / ano, que está dentro da atividade de investimento anjo, conforme apontou a pesquisa realizada pela Anjos do Brasil em Julho de 2013, na qual cada investidor tem em média a previsão de investir aproximadamente 200 mil reais por ano.

Sabemos que existem muitos desafios para que o investimento anjo se consolide no Brasil como nos países mais desenvolvidos e esta iniciativa é fundamental para que tenhamos os estímulos necessários para que mais investidores passem a aplicar seus recursos não só financeiros, mas também de conhecimento e experiência para aumentar as chances de sucesso das Startups" explica Cassio Spina, presidente e fundador da Anjos do Brasil.

Este projeto segue a linha de incentivos já concedidos em diversos países como nos EUA, Inglaterra, França entre outros e serve para estimular também o crescimento do investimento anjo. Sendo que este, tem um papel fundamental no financiamento das empresas nascentes - as Startups - conforme conclusão da pesquisa elaborada pela OCDE sobre investimento anjo em mais de 30 países.

Cassio ainda complementa que “É importante destacar que esta dedução se reverterá em aumento da arrecadação, até antes mesmo de o abatimento ser concedido, pois o capital investido na startup irá imediatamente gerar impostos e contribuições sobre as aquisições de produtos/serviços e contratações de funcionários que startup irá efetivar com o mesmo".

A íntegra do projeto, incluindo sua justificativa pode ser acessada aqui e a notícia publicada pela Agência Senado.